Ainda em meados do mês de dezembro, dia 17, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) falou sobre suas perspectivas para 2021 no que se refere ao setor da construção civil no Brasil. De acordo com as projeções da entidade, o Produto Interno Bruto (PIB) do segmento deve crescer 4% em 2021 — o que seria o maior crescimento do setor em oito anos, desde 2013, quando a alta nesse sentido foi de 4,5%, reporta o empresário do ramo da construção, Edenilso Rossi Arnaldi, fundador e presidente da Sial Engenharia. Para 2020, a avaliação da CBIC foi de que o PIB da construção civil tenha retraído 2,8%.
Segundo o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, José Carlos Martins, com esse avanço de 4% este ano, “seriam abertas cerca de 150 mil novas vagas de trabalho”. “Estamos otimistas, mas conservadores”, acentuou, contudo, Martins.
“O risco para esse desempenho é o desabastecimento”, alertou a CBIC. “Na visão dos empresários da construção, conforme sondagem realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com o apoio da CBIC, o principal problema que eles enfrentaram no 3º trimestre do ano [2020] foi a falta ou o alto custo de matéria-prima, com 39,2% das assinalações”, ressaltou a entidade.
“De acordo com o INCC-Materiais e Equipamentos, calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a alta de preços no período de janeiro a novembro foi de 17,72%, a maior do período pós-real. Alguns insumos chegaram a registrar aumentos superiores a 50% no mesmo período”, acrescentou a Câmara Brasileira da Indústria da Construção.
Criação de postos de trabalho formais em 2020
Edenilso Rossi Arnaldi também destaca que, além do possível crescimento de 4% do PIB da construção civil, outra boa notícia para o segmento, é que — segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia — que foram divulgados no final de janeiro, dia 28, o setor da construção foi quem impulsionou a abertura líquida (ou seja, o resultado da diferença entre as contratações e as demissões no País) de 142.690 empregos com carteira assinada em 2020.
Foram criados, dentro do ramo da construção civil, 112.174 postos formais de trabalho no Brasil, conforme o Caged, pontuou o presidente da Sial Engenharia.
No que se refere ao Caged, vale esclarecer que, de acordo com o que explicou o portal do Governo Federal, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados foi criado, justamente, “como registro permanente de admissões e dispensa de empregados, sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)”. Edenilso Rossi Arnaldi enfatiza, também, que tal levantamento é usado pelo Programa de Seguro-Desemprego, com a intenção de verificar os dados e as informações referentes aos vínculos trabalhistas, além de outros programas sociais.
Ainda conforme a página online do governo, o Cadastro em questão serve ainda “como base para a elaboração de estudos, pesquisas, projetos e programas ligados ao mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que subsidia a tomada de decisões para ações governamentais”.
Sobre a Câmara Brasileira da Indústria da Construção
A CBIC foi fundada no ano de 1957, no Estado do Rio de Janeiro, com o objetivo de — segundo o seu site institucional — “tratar das questões ligadas à Indústria da Construção e ao Mercado Imobiliário; e de ser a representante institucional do setor no Brasil e no exterior”. Pouco mais de duas décadas depois, em 1982, a entidade — por conta do fortalecimento do seu papel como interlocutora do setor brasileiro da construção junto aos três Poderes — teve sua sede transferida para Brasília (DF), frisa o empresário do ramo, Edenilso Rossi Arnaldi.
“Em 2017, a CBIC celebrou 60 anos de atuação inaugurando uma nova sede e registrando crescimento no número de Associados: a entidade reúne 92 sindicatos e associações patronais do setor da construção, presentes nas 27 unidades da Federação”, completou o portal da instituição.