Um projeto chamado de “Ocupa Rua” é uma das alternativas para auxiliar a cidade de São Paulo na reabertura gradual de seus bares e restaurantes — que, não operam normalmente desde março, por conta da pandemia do novo coronavírus (causador da Covid-19). A proposta de transformar espaços como ruas e calçadas (que costuma ser destinadas a vagas para estacionamento) em áreas externas para bares e restaurantes é conduzida pela prefeitura da capital paulista, junto com o escritório de arquitetura Metro Arquitetos e a crítica gastronômica Alexandra Forbes, reporta o empresário do ramo da construção, Edenilso Rossi Arnaldi — fundador e presidente da Sial Engenharia.
A intenção principal do Ocupa Rua — que vai ao encontro de iniciativas similares, realizadas em cidades da Europa — é ajudar a garantir que os empreendimentos de São Paulo vão seguir os novos protocolos de segurança, em termos de saúde. Esse voltados, por sua vez, especialmente, às questões de higiene e de funcionamento dos locais com capacidade reduzida de atendimento.
“Sugerimos algumas situações de ocupação de calçadas e leitos carroçáveis, agregando essas áreas de acordo com o distanciamento social previsto pelas normas da Organização Mundial da Saúde (OMS), em períodos de pandemia e pós pandemia”, ressaltou a equipe do escritório responsável.
A arquitetura do projeto também se preocupa com questões específicas layout — para que os estabelecimentos não consigam, por exemplo, acrescentar mais mesas e cadeiras nos locais e, dessa forma, não ultrapassem a capacidade de atendimento recomendada pelas autoridades de saúde pública. Segundo o que explicou uma matéria sobre o assunto, publicada da revista Projeto, “vasos e jardineiras de concreto assumem-se como balizadores tanto entre o limite do leito carroçável quanto entre as próprias mesas dos comércios, sempre cobertas por anteparos”.
Edenilso Rossi Arnaldi salienta que a previsão é de que o Ocupa Rua contemple, primeiramente, alguns locais nos arredores da Praça da República, no centro da cidade de São Paulo. Depois, se a iniciativa for, de fato, bem-sucedida, poderá ser adotada até mesmo por outros municípios. “A princípio, os pontos de intervenção limitam-se às ruas General Jardim, Major Sertório, José Paulo Mantovan Freire e Bento Freitas, beneficiando 26 estabelecimentos”, acrescentou a reportagem da Projeto.
O sucesso da proposta, no entanto, depende da colaboração de todos, lembra o empresário Edenilso Rossi Arnaldi. De acordo com o que disse à Casa Vogue o sócio do escritório Metro, arquiteto Gustavo Cedroni, “se isso se tornar um ponto de aglomeração, por qualquer que seja a razão, o projeto terá sido uma catástrofe e é exatamente” o que a os responsáveis pela solução não querem.
Edenilso Rossi Arnaldi ainda reporta que, segundo Cedroni, é preciso, de fato, convocar a arquitetura e o urbanismo para tentar criar uma forma viável para enfrentar a atual situação de crise na saúde, pela qual passo o Brasil e o mundo — e, claro, que o êxito do Ocupa Rua dependerá, em especial, dos estabelecimentos, dos consumidores e da fiscalização da própria prefeitura. “Mas existe uma gama de ferramentas que podem ser usadas para minimizar estes danos. É isto que o projeto propõe, de uma maneira rápida de ser implementada e a custo baixo”, completou, ainda, Gustavo Cedroni.
Algumas imagens do projeto podem ser conferidas em fotografia.folha.uol.com.br, informa o fundador e presidente da Sial Engenharia, Edenilso Rossi Arnaldi.